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Empresário contábil na rota da reinvenção: inspiração, desafios e aperfeiçoamento

Por Amanda Oliveira
Comunicação CFC

No início da década de 90, os estudantes saíam do 2º grau, hoje equivalente ao Ensino Médio, com um certificado de habilitação profissional nas mãos. Na época, as escolas públicas e privadas eram obrigadas a oferecer o ensino técnico-profissionalizante. Aos 16 anos, o baiano Angelo Herzog passou por este processo. Em 1992, quando ainda estava no curso Técnico em Contabilidade, ele teve sua primeira experiência profissional em um escritório contábil. Tudo isso aconteceu em um momento inesperado, mas foi dali que o amor pela contabilidade nasceu.

“Durante o período de férias escolares, fui substituir um colega que saíra de férias também no trabalho. Ao longo de um mês demonstrei interesse e dedicação o suficiente para ser efetivado. Comecei como auxiliar fazendo preenchimento de guias, lançamento manual dos livros e datilografia de impostos”, contou.

Os anos passaram e com eles Angelo evoluiu na carreira e se reinventou. Ao trabalhar em diversos setores de duas empresas, ele se juntou a um colega e abriu o próprio escritório em 1997. A graduação em Ciências Contábeis veio pouco tempo depois, em 2003. Hoje, o contador especializado em Contabilidade Comercial em micro, pequenas e médias empresas (MPMEs) completa 30 anos de carreira com muitas histórias e uma sólida carteira de clientes em Eunápolis (BA), região onde atua.

Angelo em seu escritório contábil, em Eunápolis (BA)

O município está localizado a cerca de 70 km de Porto Seguro, no extremo sul da Bahia. Por pertencer a uma zona turística, também conhecida como Costa do Descobrimento, a cidade é influenciada pelas atividades. “Nossos clientes são, majoritariamente, do comércio varejista e prestadores de serviços, especialmente da área de turismo. Certamente, esse foi o setor mais atingido pela pandemia do novo coronavírus. Tivemos uma redução drástica no consumo e na circulação de pessoas. O resultado disso foi o fechamento de algumas empresas e a adaptação de outras. Em meio à crise e à baixa demanda, eles se viram obrigados a mudar de ramo ou começaram a trabalhar com delivery, explicou.

De acordo com Angelo, que também é consultor financeiro, o assessoramento foi o serviço mais requisitado para ajudá-los a superar a crise. A insegurança vivida pelos empresários reforçou a importância do papel desempenhado pelo profissional da contabilidade. “O momento exigiu uma análise específica para a situação de cada negócio. Na maioria dos casos, tivemos que ajudar na reorganização financeira para reduzir custos, reunir documentação para liberar empréstimos e auxiliá-los no cumprimento de uma série de exigências.” Para ele, a recompensa de todo o esforço vem quando os números demonstram a recuperação e crescimento dos negócios dos clientes.

Além do grande volume de trabalho, o escritório de Angelo precisou lidar com demandas internas, como a redução de honorários e a adaptação ao home office. “Teve muito jogo de cintura”, admitiu. E completou: “com a redução do faturamento e dos honorários, fizemos uma readequação da nossa estrutura, mas mantivemos todo o nosso pessoal. Também desenvolvemos um sistema de logística para entregar a documentação para o funcionário que estava trabalhando em casa, pois parte da documentação ainda é física”.

Capacidade, aptidão e competência

O contador especialista em finanças empresariais diz que a atualização constante é um grande requisito para obter êxito na profissão: “o sistema CFC/CRCs, por meio do Programa de Educação Profissional Continuada (PEPC), incentiva a qualificação contínua”. Segundo ele, outro fator importante a ser notado é a urgência dos modelos de negócio digitais.“Com a pandemia, as pessoas foram forçadas a trabalhar utilizando a tecnologia. Esse conceito há de se intensificar nos próximos anos. Hoje, a transformação digital é uma realidade”, defendeu.

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