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Especial Dia do Contador: a inspiradora história de Luciana Dorini

Por Daniel Bruce
Comunicação CFC

A contabilidade está presente na vida de todos os brasileiros, seja por meio da declaração de imposto de renda, dos trâmites legais dos serviços prestados aos Microempreendedores Individuais (MEIs), ou, ainda, de consultorias financeiras às empresas e da contabilidade pública.

Além disso, o profissional que está na linha de frente, o contador, também é responsável por gerir processos contábeis, propor contratos para os clientes, realizar o planejamento tributário e muitas outras funções. Por todos esses motivos, a profissão contábil é essencial para o país. E, para celebrar esse mérito, no dia 22 de Setembro, comemora-se o Dia do Contador.

Assim, entre tantos profissionais de destaque, em uma área com essa magnitude para a sociedade, a presença feminina é marcante e desempenha papel fundamental no segmento.

Segundo dados da Vice-Presidência de Registro do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), na região Norte do país, por exemplo, o número de mulheres contadoras já supera o número de homens na profissão, sendo 41,76% contra 39,76, de acordo com dados apurados no dia 19 de setembro.

Como exemplo desse protagonismo e da força feminina na Contabilidade, a contadora pública Luciana Dorini, ou Lu Dorini como é conhecida, do Município de Mangueirinha, no Estado do Paraná, é uma profissional que, mesmo em meio às adversidades da vida, conquistou o seu espaço no serviço público e ainda se tornou professora universitária e escritora.

Foto: arquivo pessoal

Para ela, o estudo sempre foi um dos focos e, por isso, nunca abandonou os compromissos acadêmicos e profissionais por conta dos desafios enfrentados na saúde desde criança, quando realizou uma cirurgia emergencial aos 8 meses de vida, para estancar uma grande hemorragia, em decorrência de um hemangioma – conjunto de pequenos vasos sanguíneos que se aglomeram em determinado ponto do corpo.

Apesar da convivência com os rotineiros sangramentos na gengiva, Lu Dorini garante que teve uma infância normal. “Nunca perdi um dia de aula ou de trabalho por conta dos sangramentos em meio às madrugadas, como também nunca me escondi ou me senti menor por conta da diferença estética que me acompanhou desde sempre”, relata.

A afinidade e a proximidade com a Contabilidade surgiram logo cedo. Ainda criança, Lu Dorini brincava no escritório do pai, o senhor Santin Dorini, que já era contador à época. “Desde os 13 anos, eu já trabalhava no escritório dele. Comecei a faculdade de Ciências Contábeis em Palmas (PR), na antiga Faculdades Reunidas de Administração, Ciências Contábeis e Ciências Econômicas de Palmas (FACEPAL), em 1997”, conta.

A paixão pela Contabilidade só aumentou com o passar dos anos e Luciana viu no trabalho do pai todo o amor e o empenho que ele dedicava ao ofício. “Meu pai sempre falou com muito amor da nossa área, o que me levava a me interessar cada vez mais pelos estudos e pelo trabalho”, lembra.

Ao falar da experiência e dos desafios como formadora de novos profissionais, Lu Dorini relata que não foi um processo fácil, e que se tornar professora foi uma conquista engrandecedora. “Não posso dizer que foi fácil, tampouco que gosto de coisas fáceis, mas posso dizer, com toda a certeza, que me tornar professora foi um dos maiores presentes que eu ganhei na vida”, diz.

Aos 23 anos de idade, Lu Dorini entrou em sala de aula pela primeira vez. Segundo ela, não foi fácil conseguir conciliar a rotina do dia a dia com o preparo para lecionar. A profissional usava os horários de almoço, de viagem, os sábados, os domingos e os feriados para se preparar.

“Adentre ao Salão Nobre das Faculdades de Palmas a turma ‘Professora Luciana Kele Dorini’”, foi o que ela ouviu, sentada à frente do palco, onde aguardava pelos alunos, noventa dias após ter passado por três cirurgias em uma internação de duas semanas.

Foto: arquivo pessoal

O convite para ser homenageada e ter o próprio nome dado à turma para qual lecionava é um momento da vida que Lu Dorini guarda com muito carinho na memória. “Eu recebi o convite para nome de turma uma semana antes de ter sofrido uma imensa hemorragia, que me levou àquele ciclo de cirurgias e, por vezes, pensei que não receberia essa homenagem em vida, mas recebi essa e muitas outras durante tantos anos de docência”, lembra.

Sobre a presença feminina na área da Contabilidade, a contadora tem a convicção de que não há diferenças intelectuais entre homens e mulheres e de que, por esse motivo, “a partir do momento em que a mulher decide ser protagonista da sua própria vida, da sua própria história, ela pode se tornar protagonista em qualquer segmento”.

Com o objetivo de implementar ações para ampliar a participação da mulher profissional no cenário contábil, na política e na sociedade, o CFC instituiu a Comissão Nacional da Mulher Contabilista, cujo papel é dar apoio à mulher contabilista no mercado de trabalho e em ações para desenvolver as lideranças femininas nas empresas, nas entidades e no ambiente de negócios, com foco no empreendedorismo e na participação política das mulheres.

Para Luciana Dorini, a participação, a notoriedade e a visibilidade da mulher no mundo contábil são de extrema importância para as profissionais, pelo fato de dar destaque às habilidades e especificidades das mulheres. “Entendo que passo a passo conquistamos mais espaço, porque, além das competências inerentes aos dois sexos, temos o poder de enxergar os detalhes olhando para o todo”, afirma.

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