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CFC vai constituir Grupo de Estudos destinado à contabilidade dos clubes de futebol

Por Maristela Girotto
Comunicação CFC
Fotos: Eduardo Batista

A contabilidade dos clubes de futebol foi tema de uma reunião realizada nesta quarta-feira (7), na sede do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), em Brasília-DF. Entre as propostas discutidas, constou a revisão da Interpretação Técnica Geral (ITG) 2003 (R1) – Entidade Desportiva ou a emissão de uma nova norma, que leve em conta os padrões internacionais aplicáveis a essa atividade; a emissão de uma orientação técnica com detalhamento sobre a aplicação da norma; a realização de treinamentos específicos para os contadores e auditores independentes que atuam nessa área; e a fiscalização, por parte dos Conselhos Regionais de Contabilidade (CRCs), quanto à utilização da ITG 2003 (R1) na contabilidade dos clubes.

Da esq. para a dir.: Roberto Aurélio Merlo, Juarez Domingues Carneiro, Idésio Coelho, Zulmir Breda, Carlos Aragaki, Alexandre Rangel, Enio Gualberto, Paulo Amorim, Luiz Gonçalves de Oliveira Júnior e Glaydson Trajano

O presidente do CFC, Zulmir Breda, abrindo a reunião, lembrou que, no último dia 12 de junho, parte dessas propostas começou a ser discutida no CFC. “Hoje vamos avançar na constituição de um Grupo de Estudos (GE), que será responsável pela análise dos pontos da norma que talvez precisem ser alterados e, também, que se encarregue de dar andamento a um cronograma de trabalho que envolva a disseminação de ações para a efetiva aplicação da ITG 2003”, afirmou o presidente.

O vice-presidente Técnico do CFC, Idésio Coelho, foi encarregado de conduzir a reunião e de coordenar o trabalho do Grupo de Estudos, que deverá ser instituído formalmente, por Portaria do CFC, nos próximos dias. A previsão é que o GE se reúna no mês de setembro, no CFC.

“Entendo que os clubes de futebol têm mais interesse público do que algumas empresas reguladas, pela paixão que despertam e pelo impacto positivo transformador que causa na vida dos jovens e na sociedade em geral”, disse Idésio Coelho, acrescentando que é de grande importância que seja reforçada a transparência das contas dos clubes de futebol.

Na opinião do vice-presidente, a ITG 2003, que passou por primeira revisão em 2017, talvez não tenha necessidade de atualização, mas de detalhamento quanto à sua aplicabilidade. “Vamos estudar a norma e ver se não é o caso de fazermos um detalhamento maior do conteúdo e de emitirmos orientações sobre a aplicação da ITG pelos clubes”, acrescentou.

O ex-presidente do CFC Juarez Domingues Carneiro (gestões 2010/2011 e 2012/2013) participou da reunião e reforçou a necessidade de se oferecer capacitação aos profissionais que trabalham com contabilidade e auditoria dos clubes de futebol e de, posteriormente, haver fiscalização sobre essas demonstrações contábeis. “Isso seria importante até mesmo para darmos uma resposta à sociedade sobre a nossa contribuição para a transparência das contas dos clubes”, argumentou.

O vice-presidente do CRC de Santa Catarina e coordenador da Comissão de Temas Contábeis da Associação Brasileira dos Executivos de Finanças do Futebol (Abeff), Roberto Aurélio Merlo, sugeriu a atuação do Grupo de Estudos por meio de subgrupos, incluindo-se, no escopo do trabalho, o estudo da ITG 2003 e das normas internacionais relacionadas aos clubes de futebol, a elaboração de um manual de práticas contábeis baseado na norma, um programa de treinamento e  também a fiscalização por parte dos CRCs.

“Precisamos fazer o mercado entender que a realidade hoje é outra e exige transparência das contas, por isso precisamos trabalhar em conjunto, unindo forças entre o Sistema CFC/CRCs, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e as federações estaduais”, afirmou Merlo.

O gerente de Licenciamento de Clubes da CBF, Enio Gualberto, disse que a entidade entende ser necessária uma melhor aplicação da norma contábil e o seu alinhamento aos padrões internacionais. “Hoje há uma tendência de migração dos clubes de futebol do modelo associativo para o empresarial, inclusive alguns já estão nesse processo, por isso é importante que as entidades desportivas utilizem as normas contábeis e estejam no mesmo contexto das demais empresas”, disse Gualberto. Diante dessa previsão, ele defendeu a importância da contabilidade e sugeriu a realização de um simpósio anual, na sede da CBF, para a discussão da contabilidade aplicada aos clubes de futebol. Possivelmente, esse evento ocorrerá ainda em 2019.

Os demais especialistas na área que participaram da reunião foram Glaydson Trajano Farias, conselheiro do CFC; Felipe Bastos, funcionário da área Técnica do CFC; Carlos Aragaki, sócio da BDO Brazil e membro da Câmara dos Contadores do Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (Ibracon); Luiz Gonçalves de Oliveira Junior, sócio-diretor da RL Solutions e membro da Comissão de Temas Contábeis dos Clubes de Futebol da Abeff; Paulo Amorim, diretor executivo da EY – Auditoria; e Alexandre Rangel, sócio da EY – Consultoria/Advisory.

 

 

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