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Ser professor na área contábil: Trevisan conta sobre a sua trajetória de mais de 40 anos como docente na área de Contabilidade

Antoninho Marmo Trevisan, personalidade contábil do ano de 2020.

(CFC) O que a pandemia trouxe de desafios e oportunidades?

A pandemia acelerou processos tecnológicos e de digitalização. Antes, era incomum ver tantas pessoas aprendendo a distância. De repente, isso se tornou uma necessidade. A partir daí, imagino que muitas pessoas descobriram que essa modalidade é tão boa quanto o ensino presencial – ou até melhor (risos). Francamente, esse procedimento é árduo e bastante complexo. Não dá para estabelecer uma educação a distância do dia para a noite. Isso requer planejamento, tempo e investimento. De todo modo, acredito que isso veio para ficar; não há retorno. As pessoas aprenderam a admirar. A eficácia é comprovada pelo desempenho dos alunos. Na Trevisan Escola de Negócios, observamos que, no Exame de Suficiência, a aprovação de alunos da Educação a distância (EaD) foi superior à do ensino presencial. Condições como comodidade, possibilidade de rever aulas e maior disposição física e emocional influenciam o processo de aprendizado.

(CFC) Qual é o futuro da profissão?

A carreira docente passa por uma enorme transformação. Certamente, estamos explorando novos formatos. Hoje observamos uma hibridização das áreas. Por exemplo, é comum ver professores de Contabilidade especializados em web design, cenografia ou direção de arte. Com a tecnologia e internet, a internacionalização do ensino também se tornou tendência. Termos de cooperação e acordos entre instituições oferecem a oportunidade de uma troca multicultural e uma expansão dos horizontes da pesquisa. Em nossa escola, a partir do segundo semestre de 2020, lançamos a oportunidade de alunos de qualquer parte do mundo estudarem conosco. Atualmente, temos alunos de 20 países, sendo que os primeiros a se matricular foram dois jovens brasileiros, advogados, que residem e trabalham em Budapeste. Com a transformação em escola 100% digital, fizemos uma chamada para professores de várias partes do mundo. É incrível a quantidade de brasileiros que são professores nas melhores escolas do mundo ou que trabalham em grandes consultorias que se candidataram a fazer parte do nosso time de docentes. O primeiro caso de adesão foi de um sócio da KPMG da Holanda, que trabalhou quase 10 anos no Brasil e é um dos maiores especialistas em IFRS. A vantagem é que nossos alunos podem ter colegas em diferentes regiões do mundo. Consequentemente, isso aumenta a sua visibilidade internacional e lhes abrem as portas para intercâmbios e outras experiências. Apenas no presencial, isso não seria possível. Recentemente, também anunciamos um novo cronograma de cursos que faz parte de uma aliança internacional com a London School of Business and Finance (LSBF) e a London Academy of Trading (LAT) e lançamos um e-book sobre trading, que também é fruto da parceria com a LAT. Essa rede está sendo formada em vários lugares do mundo e oferece uma colaboração multilateral e multicultural. Todas essas ações impactam o corpo acadêmico, desde os docentes até os estudantes.

O que digo para os futuros professores é que não basta deter conhecimento, mas o mais importante é saber como transmiti-lo. Essa é a natureza da docência. No dia a dia, nós precisamos ter a percepção da singularidade humana. Cada aluno tem uma particularidade no processo de aprendizagem. Enquanto uns têm mais dificuldade, outros aprendem com facilidade. Daí a necessidade da sensibilidade de o professor observar e identificar as especificidades de cada um. Ao longo de toda a vida, acumulamos conhecimento, mas, para doarmos o saber, precisamos exercer a generosidade.

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